quinta-feira, 19 de maio de 2011

Princípios vocacionais e sinal de vocação



Princípios vocacionais e sinal de vocação.


“Vocação é como um jogo de quebra-cabeça. À medida que a pessoa encontra os pedaços adequados e progressivamente vai formando o quadro, se sente estimulada a prosseguir. Ao concluir a montagem, sente o sabor da vitória alcançada e a gratificação da obra realizada”. Esta definição comparativa e explicitativa da vocação nos dá a ideia de que ela é algo inacabado e que está em perene construção. Saberemos sua conclusão somente quando estivermos juntos ao Mistério, que é Deus.

Podemos assegurar este argumento se observarmos o diálogo do Cristo com o jovem que, correndo ao seu encontro, questionou-lhe o “que fazer para alcançar a vida eterna”(cf. Mc 10, 17). Ora, a formulação desta pergunta traz consigo algo que transcende os limites do tempo e do espaço que estamos fadados a conjugar, por mais que pretendamos estender seus horizontes. Esta pergunta contempla não só o que haverá após a morte, mas também um compromisso com o presente, uma busca pelo sentido da vida e pelos frutos que podemos colher plenamente. Significa também uma preocupação do mesmo jovem em não fazer da sua vida uma inutilidade, um campo cujos frutos são sem sabor.

Uma linha de pensamento filosófico, surgida no final da Segunda Guerra Mundial afirmava que “o homem é aquilo que deseja ser”; em outras palavras, a vida está em nossa mão e depende, de algum modo, da nossa decisão. Isso se aplica à vocação e à mística do quebra-cabeça, pois podemos montar as peças conforme quisermos, pois muitas se encaixam mesmo não correspondendo à sequência do projeto. A vida e a vocação, da mesma forma, podem ser ‘montadas’ erroneamente, com buscas imperfeitas e não valorosas.
O que fazer, portanto, para que nossa vida seja algo que nos projete para a vida eterna? A reposta está na pergunta que o Cristo devolve ao rapaz: “Por que me chamas de bom?”. Ou seja, aquele jovem percebeu que Jesus é bom e que é mestre. Um mestre não engana quem o Segue! Aqui encontramos, portanto, o primeiro eixo de qualquer vocação: reconhecer a bondade de Cristo. Seja para que nossa vida não se espelhe em soluções absolutistas, e assim nos distancie dos outros, seja para que vivamos mais intensamente, fazendo da limitação do tempo e espaço que nos foram dados uma sequência válida e frutífera de dons.

É claro que o fato de reconhecer a bondade de Cristo não dispensa outros valores que todo cristão vocacionado deve ser, contudo refletiremos sobre estas outras dimensões nos próximos textos, ou se você quiser uma prefiguração destas reflexões, pode se inscrever  para receber quinzenalmente um boletim informativo, cujo conteúdo pauta-se na formação vocacional dos leitores. Para recebê-lo é só enviar um e-mail manifestando o desejo para vocacionalcampinas@hotmail.com.